Páginas

domingo, 13 de março de 2011

Masquerade - pt 8



                                                              - Parte 8 -


Holly decidiu que iria enfrentar o desconforto do sofá novamente, para amenizar o mau humor de Kate. Estava tarde, e hoje parecia mais frio do que o costume, Holly fez um chocolate quente e se acomodou no sofá vendo um filme de terror. E ela não era uma pessoa tão fácil de assustar, Holly adorava um filme que envolvia crimes, principalmente aqueles impossível de se descobrir, ela sabia que não era tão esperta quando Kate e Julliet, mas sabia que o mistério que corria no enredo desses filmes, a deixava encantada.
O vento soava forte, batia contra o vidro e fazia um zunido forte, quando Holly
dá uma pausa ao filme para lanchar, ouve um ruído.
‘’ Alguém sapateando por ai? ‘‘, pensou Holly, que parecia mais atenta ao barulho, pegando a faca, ela se esconde de baixo da mesa e observa a sala escura.  Depois ela sente uma mão fria tocando seus ombros.
– Está brincando de esconde-esconde? Posso brincar?
– Julliet! – Holly respirou fundo e soltou o ar, estava aliviada – O que faz acordada uma hora dessas? E o que era esse barulho de sapato?
– Eu fiquei com medo de algo, e desci. E peguei o sapato de Kate porque estava perto da cama.
– Estava com medo de pisar em algum bicho? – Holly sorriu.
– Sim. Posso ficar acordada com você?
– Mas Julliet, por que estava com medo? Teve um pesadelo?
– Não.
– O que era então?
– Eu ouvi um barulho...
– Que barulho?
– De galhos sendo quebrados.
– Galhos? Mas você viu o que era?
– Não, eu só desci.
Holly sentiu a insegurança se espalhar pelas veias, ela tinha sérios motivos para confiar nas previsões de Julliet. Quando Julliet tinha uns três anos, estava brincando no quintal, com alguns brinquedinhos descartáveis, só que depois de pouco tempo ela enjoou dos brinquedos e ficou parada, apenas observando o
cãozinho, Shyim. Um nome bem estranho, mas esse era o melhor nome, porque era mais fácil para Julliet pronunciar ‘’sim‘‘, enquanto ao resto da família, a pronuncia do nome era ‘’Shim’’.
Depois de alguns minutos observando o cão Julliet percebeu que havia algo errado, que ele mal conseguia respirar.
Lembro-me muito bem, quando encontramos Julliet , ela estava parada, chorava e apontava para o cão , ela dizia , ‘’ Sim , sim , sim.  Sem vida‘’.   Julliet não sabia praticamente nenhuma palavra, mas sempre escutava a palavra ‘’vida’’.
Mas ninguém nunca acreditaria que uma criança tão ingênua quanto Julliet suspeitava de que o cãozinho estava morto, porque não mexia nenhuma parte do corpo, e nem respirava.
Holly sentiu um vento gelado soprar em sua face, e logo viu que a janela estava aberta.
– Quem deixou essa janela aberta? – Disse irritada.
– Eu não sei.
– Acho melhor você subir.
– Mas eu estou com medo...
– Kate está lá em cima, o que pode acontecer?
– Você não acredita em mim?
– O que você me disse Julliet? Só me disse que ouviu galhos quebrarem.
– Isso.
– Só isso?
– Eu não fui ver porque estava com medo...
– Quer que eu veja?
– Sim.
Holly virou-se e pegou a faca que estava largada em cima da bancada, e se aproximou da escada.
– Por que vai levar uma faca?
– Eu não disse que eu acredito em você? Se for mesmo algo, tenho que me prevenir.
Julliet assentiu e subiu junto com Holly.
Abriram devagar a porta, e depararam com Kate roncando alto.
‘’ Isso que é saúde!’’, pensou Holly.
Holly se aproximou da janela, hesitando em puxar as cortinas.
‘’ Por favor, Julliet esteja errada, pelo menos uma vez. ’’, pensou Holly.
Julliet puxava a o pijama de Holly, estava com medo, e preferia não tentar.
‘’ Um, dois, três’’, e puxou a cortina.

Postado por : Leticia Borges

Nenhum comentário:

Postar um comentário